sexta-feira, 7 de março de 2008

BEBEDEIRA

Sinto a garganta a arder;
apetece-me beber,
beber sem parar,
até saciar,
até não poder.
Apetece-me beber!
Não é pra esquecer
nem é pra lembrar,
nem pra fugir, sequer...
Quero bebidas finas,
requintadas,
vindas seja donde for:
gin. whisky ou licor,
vodka, champagne, rum...
quanto mais forte melhor.
Quero rir às gargalhadas,
conversar, gritar, cantar!
Se me apetecer chorar,
não me perguntem porquê.
Se é tristeza ou alegria,
não sei, nem quero saber:
o que eu quero é beber!
Não tenham medo!
Eu não caio...
e, se cair, não importa:
arrastem-me até à porta
e deixem-me no passeio!
Não, eu não tenho receio:
ainda sei o caminho
pra ir pra casa sozinho.
Inda posso beber mais.
Ainda posso beber.
Beber até cair;
até adormecer...
De: Pedro Ferreira Neves

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